O Coletivo Natural é uma iniciativa da Natural One que reúne apaixonados pela natureza e ajuda a tirar do papel projetos que colaboram para a preservação do meio ambiente. Alguns critérios são avaliados pela banca seletora, assim premiando os vencedores com uma boa quantia em dinheiro e mentorias poderosas e capazes de ampliar a visão do negócio.
Em 2022 aconteceu a 2ª edição, e o Projeto Orelha de Onça foi um dos vencedores. Batemos um papo com Pedro Martins, que é cofundador da Orelha de Onça. Ele falou sobre o projeto e contou como foi participar do Coletivo Natural. Confira!
O que é o projeto e como ele surgiu?
A Orelha de Onça é uma iniciativa familiar que surgiu em 2021 na cidade de Brasília (DF) com a ideia de homenagear a savana mais biodiversa do mundo: o Cerrado. A ligação da nossa família com a natureza vem de criação, principalmente de uma forte influência do nosso “patriarca”, Gustavo Martins. Hoje, aos 63 anos, meu pai materializa um pouco do que sonhava desde a infância, como entusiasta e apaixonado que é pela vida selvagem.
Eu, Pedro Martins, filho do Gustavo e aqui representante dos demais membros do projeto, sou a prova de que boas influências transformam futuros. Assim como meu pai fez com tantos na família, hoje buscamos semear, através das nossas ideias e ações, os ensinamentos que tivemos.
Erguemos esse projeto sobre dois pilares principais, que são as áreas de formação e atuação profissional dos fundadores: meio ambiente e arte. Através da arte, do comércio sustentável e do trabalho voluntário de monitoramento, pretendemos amplificar os gritos da nossa fauna ameaçada.
Mais que uma prioridade, temos como dever promover a coexistência em equilíbrio com a natureza e levar a ciência para além da fronteira acadêmica. Meio ambiente é um tema que não pode ficar restrito apenas às salas de aula das universidades.
Buscamos a participação das mais diversas esferas da sociedade, pois acreditamos que somente com acesso amplo ao conhecimento é que se conquista o respeito e a empatia de que nossa biodiversidade carece.
Como foi a experiência de participar do Coletivo Natural?
Foi dura, mas, acima de tudo, gratificante! Decidimos participar do concurso sem grandes pretensões. Honestamente, não esperávamos que um projeto ainda tão jovem pudesse despertar o interesse da comissão do Coletivo Natural.
Porém, no fundo havia expectativa, é claro. Sabíamos que tínhamos mais do que uma boa história para compartilhar. Não tivemos muito tempo para comemorar a primeira classificação; na etapa de votações, veio o pânico.
No primeiro dia foi uma aflição. Estávamos com a sensação de que ficaríamos para trás, já que ainda não tínhamos um público tão expressivo quanto o dos concorrentes para alavancar nossos números em tão pouco tempo.
Mas logo no segundo dia, com a frieza e a calma de uma onça quando vai à caça, montamos uma estratégia de mobilização que nos trouxe um resultado surpreendente e nos levou ao pódio.
Tá aí uma coisa que valeu muito a pena aprender na faculdade e que fez toda a diferença para o nosso êxito: metodologia. Tirar um dia para planejar as ações e depois colocá-las em prática com foco total mudou o rumo do jogo.
No fim das contas, foi um sucesso! O sofrimento logo foi superado e comemoramos a vitória como se valesse muito mais do que os R$ 30 mil da premiação, porque de fato valeu.
Quais são as maiores conquistas que o Coletivo Natural ajudou vocês a alcançar?
A maior conquista até aqui foi nosso amadurecimento, com organização e planejamento. É claro que o dinheiro é determinante para a sobrevivência do projeto, mas saber como utilizá-lo e como trilhar caminhos mais eficientes para o próprio empreendimento é fundamental.
Graças aos aprendizados fornecidos pelo Coletivo Natural, posso afirmar que nossa mentalidade empreendedora já está bem mais consistente. Sabemos que ainda falta muito para alcançarmos tudo que queremos, mas agora temos ferramentas para começar a lapidar nossos propósitos.
Temos muito trabalho a fazer em 2023, ano em que executaremos todas as novas atividades que temos planejado desde que conquistamos o prêmio.
De que forma a mentoria ajudou o negócio e sua visão empreendedora?
Receber orientações tão valiosas de pessoas inspiradoras como os jurados do Coletivo Natural nos trouxe muito mais confiança para repensar os próximos passos da Orelha de Onça.
Ouvimos o Geraldo, o Gustavo e a Rafa falar sobre os êxitos, fracassos e aprendizados que já tiveram. Com isso, pudemos pôr os pés no chão, recalcular algumas rotas e, ao mesmo tempo, acreditar que, assim como eles, também temos o potencial de conquistar muito na estrada que vamos encarar.
Sabíamos que não bastaria a intuição e a ousadia que um empreendedor deve ter e estamos certos de que a ajuda intelectual que tivemos como parte da premiação será tão determinante para o futuro da Orelha de Onça quanto o valor que recebemos para investir.
A preocupação do Coletivo Natural em fornecer as mentorias deixou claro que a ideia do concurso não era meramente fazer propaganda ou “marketing solidário”, mas sim promover um verdadeiro plantio de sementes – fertilizadas com os melhores nutrientes à disposição – e apostar nos frutos que essas iniciativas sustentáveis podem trazer no futuro. Que assim seja!
Fale sobre seu trabalho atual
A Orelha de Onça possui duas frentes principais de atuação. A primeira delas é o monitoramento voluntário da fauna silvestre, em parceria com proprietários rurais no DF e entorno. O trabalho de campo é nossa base. Como santuário e fonte de inspiração, é da natureza que extraímos e compartilhamos ciência e, de forma descontraída e acessível, buscamos levar educação ambiental e cidadania às mídias sociais.
Em paralelo, nos dedicamos a criar, produzir e comercializar itens que sejam representativos da nossa biodiversidade e, com isso, fazer com que o maior número possível de pessoas possa se interessar, aprender e até contribuir diretamente para a preservação das nossas espécies.
Isso porque vários produtos da nossa loja virtual são criados exclusivamente para parcerias criteriosamente escolhidas (institutos, ONGs, projetos e grupos conservacionistas), e os recursos obtidos são destinados para apoiar iniciativas que tenham o mesmo propósito que o nosso.
Acreditamos que, mesmo com pouco tempo de vida, temos alcançado resultados muito interessantes através do nosso trabalho. Parcerias relevantes no campo da conservação foram estabelecidas com iniciativas como o Instituto NEX e o Instituto Pró-Carnívoros, além dos renomados projetos Onças do Iguaçu e Projeto Tatu-Canastra.
É uma grande responsabilidade – e ao mesmo tempo um privilégio – conseguir envolver a Orelha de Onça com entidades e iniciativas de tamanha credibilidade. São cientistas, pesquisadores, estudantes e ambientalistas que dedicam suas vidas diariamente em campo à ciência e defesa da biodiversidade brasileira, muitas vezes sem obter o devido reconhecimento por seu trabalho.
Com os registros e divulgações nas nossas redes sociais, também já conseguimos chamar a atenção para o tema em aparições na televisão. Com entrevistas sobre os monitoramentos, ressaltamos a importância de preservar e coexistir com a fauna ameaçada. Foram exibições curtas, mas de suma importância, pois, além de ampliar a nossa audiência, a TV torna nossa mensagem ainda mais acessível para a população.
Quais são as expectativas para o futuro da marca?
Mais que um projeto rentável, queremos ser agentes transformadores. Nossa grande ambição com o crescimento da marca é que nosso time possa ter uma participação verdadeiramente efetiva na ciência e conservação do país.
Não se trata simplesmente de arrecadar mais só para doar mais. Trata-se de gerar para investir, gerar para reverter por um propósito em comum; e acreditamos que sozinhos essa missão é difícil.
Unir forças com aqueles que de fato se preocupam com o futuro das próximas gerações é obrigatório, e esse pensamento será permanentemente um dos grandes norteadores do projeto.
Qual recado você gostaria de passar para quem tem um projeto sustentável?
É difícil não ser clichê nessas horas, ainda mais quando você é uma pessoa com pouco tempo de estrada e que tem como base principal os conselhos e as experiências de empreendedores que já “chegaram lá”.
Não posso bancar o sábio e muito menos esperar que os discursos que me inspiraram sejam regra para todo mundo. Então, não vou me arriscar a falar sobre o que acho de empreender, inovar, surpreender etc. Em vez disso, vou tentar discorrer um pouco sobre um valor que acredito que sirva para a jornada de qualquer um que vá empreender com sustentabilidade: transparência.
Não importa se você vai apresentar seu projeto para um familiar, funcionário ou grande investidor, construa relações honestas com todos eles. Se você não falha com a verdade, não há motivos para temer arrependimentos.
Seja sincero quanto às propostas do seu projeto e quanto ao legado que você quer que ele gere, mas não crie uma maquiagem para vender uma ideia com mais facilidade. Essa prática às vezes parece tentadora, pois é o que consumimos o tempo todo nas mídias sociais. Já normalizamos o padrão da propaganda que vende mais que o produto. Mas, no futuro, qual será a imagem do seu projeto? Que mensagem ele terá transmitido?
Ao meu ver, não há nada de errado em viver dos frutos do seu projeto pessoal. O empreendedorismo sustentável não quer dizer “dedique-se ao planeta e às gerações futuras, mas não lucre nada com isso”. No entanto, para ser sustentável, um projeto deve ter um propósito.
Se você cumpre um propósito real, assumindo o compromisso de trazer melhorias para o futuro, esse projeto pode ser seu trabalho, patrimônio, fonte de riqueza, não importa, desde que o impacto e a permanência dele visem benefícios reais para o planeta.
Portanto, duas palavras que eu escolheria para resumir meu recado são: TRANSPARÊNCIA e LEGADO. Transmita a mensagem do seu projeto de forma honesta, tenha um propósito em mente e faça com que cada passo que você der te aproxime um pouco mais dele, mas sem meter os pés pelas mãos (eu mesmo luto diariamente contra minha pressa).
Queremos ser perfeitos e entregar sempre o que há de melhor, mais inovador e revolucionário, mas precisamos ter mais paciência e evoluir conforme nossa capacidade em cada momento da aprendizagem. Não queira pular esses passos para “vender” uma ideia falsa só para chamar mais atenção, mas também não deixe de vendê-las só pelo medo de que os outros não acreditem em você. Se suas conquistas tiverem sido obtidas por meio de iniciativas verdadeiras e honestas, o futuro mostrará isso com a marca deixada por seu projeto.
O Projeto Orelha de Onça tem tudo a ver com a Natural One
A Natural One também existe para levar o melhor da natureza para as pessoas, a fim de oferecer uma vida mais natural e saudável. Por isso, oferecemos sucos 100% naturais, para você sentir um pouquinho da natureza a cada gole. Confira agora mesmo e aproveite!
Você tem um sonho? Esse sonho tem a ver, de alguma forma, com sustentabilidade?
Então prepare-se: ele pode se tornar real. Fique ligado em nossas redes sociais para saber quando será lançada a 3ª edição.