No dia 8 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, uma data que vai além de simplesmente presentear ou parabenizar as mulheres que estão ao nosso redor.
É um momento de reflexão sobre as lutas históricas e atuais das mulheres em busca de igualdade, liberdade e, principalmente, respeito. No entanto, sabemos que, quando nasce uma mulher, nasce também a expectativa da sociedade. Nasce a necessidade de cuidar da saúde mental e falar sobre como a pressão social pode impactá-la de maneira significativa e, na grande maioria das vezes, negativa.
Mas por que o dia 08 de março?
O Dia Internacional da Mulher foi criado a partir de uma história de resistência e luta por igualdade de gênero. No início do século XX, as condições de trabalho para as mulheres eram extremamente precárias, com longas jornadas, salários injustos e falta de direitos básicos. Foi então que, em 8 de março de 1908, as operárias têxteis de uma fábrica em Nova York organizaram uma greve para protestar e reivindicar melhores condições.
O evento marcou o início de um movimento crescente de mulheres trabalhadoras que lutavam por direitos iguais e justiça social. Após dois anos, em 1910, durante uma conferência internacional de mulheres socialistas em Copenhague, capital da Dinamarca, foi proposta a ideia de estabelecer um dia internacional dedicado às mulheres, como forma de promover seus direitos e demandas – mas a ideia não foi bem aceita.
Somente em 1975 as Nações Unidas reconheceram oficialmente o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, destacando a importância contínua da luta das mulheres em todo o mundo.
Expectativas sociais e saúde mental
Desde muito jovens, as mulheres são expostas a uma série de expectativas sociais sobre como devem se comportar, como deve ser sua aparência e o que devem alcançar na vida.
É preciso ter sucesso, criar os filhos, cuidar da casa, estar bem-vestida, ter cabelos sedosos e unhas feitas e, se bobear, tudo isso em cima de um salto agulha. Não pode estar “acima do peso” para não ser taxada de descuidada, mas também não pode ser magra demais porque, inexplicavelmente, todos passam a se preocupar com a sua saúde. Estrias? Jamais! Celulite? Nem nos piores pesadelos!
Essas expectativas, muitas vezes irrealistas e opressivas, podem exercer uma pressão enorme e irreparável sobre a saúde mental das mulheres. A sociedade impõe padrões de beleza inatingíveis, papéis de gênero rígidos e expectativas de sucesso profissional e pessoal que podem ser esmagadoras.
O impacto na saúde mental
O impacto dessas expectativas combinado aos problemas reais do dia a dia pode ser devastador. Muitas mulheres enfrentam ansiedade, depressão, distúrbios alimentares e uma série de outros problemas de saúde mental como resultado dessa pressão para se encaixar em moldes predeterminados. A constante comparação com uma idealização inalcançável pode minar a autoestima e gerar sentimentos de inadequação e desesperança.
Autenticidade e autocuidado
Para proteger a saúde mental das mulheres, é essencial promover uma cultura de autenticidade e autocuidado. Isso envolve desafiar ativamente as normas sociais e encorajar as mulheres a abraçar quem são, sem se preocupar com as expectativas alheias. Esses movimentos têm se tornado cada vez mais comuns na sociedade, mas ainda estão longe do ideal.
Como desconstruir padrões de beleza?
Em vez de valorizar apenas um tipo de beleza, devemos celebrar os diferentes tipos de corpos, rostos e estilos, acreditando que a verdadeira beleza está na diversidade. Todas as mulheres são bonitas, independentemente de sua aparência se adequar ou não aos padrões impostos pela sociedade e pela mídia.
Dia Internacional da mulher: Como desafiar os papéis de gênero?
Parece complicado, mas é bem simples. Basta se lembrar sempre de que não há uma maneira certa de ser mulher. Nosso papel é encorajá-las a seguir seus interesses e paixões, independentemente de estarem alinhados com as expectativas tradicionais. Da mesma forma, devemos reconhecer e apoiar mulheres em papéis não tradicionais, como líderes empresariais, cientistas e políticas.
Aliás, não é necessário ir tão longe. Quantas vezes você solicitou um carro de aplicativo e estranhou quando entrou no veículo e se deu conta de que quem dirigia, na verdade, era uma mulher?
Como priorizar o bem-estar mental?
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o autocuidado não é egoísta, mas sim essencial. Encoraje outras mulheres a dedicar tempo para si mesmas, através da prática de exercícios, meditação, terapia ou simplesmente qualquer outra atividade que as faça felizes. Não há problema algum em se priorizar!
Como fomentar a sororidade?
A sororidade não é uma obrigação de amar todas as mulheres pelo simples fato de serem mulheres; trata-se apenas de exercer o poder de apoiar umas às outras. Em vez de competir ou julgar, o ideal é, antes de tudo, se unir. Juntas, é possível dar longos passos por um mundo mais justo e inclusivo para todas.
Neste Dia Internacional da Mulher, faça mais do que dar os parabéns ou buquês de flores. Busque promover a saúde mental, desafiando as expectativas sociais e promovendo a autenticidade e o autocuidado. Todas as mulheres merecem se sentir valorizadas, respeitadas e livres para ser quem são, sem medo de julgamento ou rejeição. Sim, isso é o mínimo.